quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Tulum, a pérola da Riviera Maia




Famosa pelas praias paradisíacas, pelas ruínas maias sobre o mar e pelos cenotes, Tulum tem um encanto especial.
É uma cidade turística, é certo, mas ainda não perdeu o brilho de pequena vila. Tem ainda as pessoas prestáveis, que sorriem sempre ques lhes é requesitada ajuda: o funcionário do super mercado que perdeu 15 minutos a explicar-me como escolher as meloas mais maduras, o empregado de uma loja de souvenirs que deixou a loja para me ajudar a encontrar uma caixa multibanco, ou a senhora que me alugou  a bicicleta que prolongou o tempo de aluguer da mesma sem me cobrar nada por isso.

É possível notar, contudo, reacções completamente diferentes dependendo da língua que usamos: habituados a americanos, os clientes mais assíduos da riviera maia, se falamos em inglês, os mexicanos tomam-nos por gringos e tentam vender-nos tudo o que conseguirem. Se, pelo contrário, tentamos aborda-los na sua língua, tornam-se pessoas mais abertas, ficam visivelmente contentes pelo esforço que estamos a fazer e ajudam-nos a evitar armadilhas turísticas. Uma situação que raramente falha é perguntar-lhes, não o restaurante que aconselham, mas qual o seu preferido ou o que costumam ir mais frequentemente, funciona como um certificado do tripadvisor local para comida boa e barata.


O centro de Tulum consiste numa avenida, com cerca de 2 ou 3 km recheada com tudo o que um turista precisa: restaurantes locais e internacionais, pensões, minimercados, casas de câmbio, agências de turismo e lojas de souvenirs. Esta, é cortada por diversas prependiculares onde se começam a vislumbrar casas, embrenhadas na vegetação.


No centro o alojamento é mais económico e é também onde se encontram os hostels, mas é possível encontrar luxuosos resorts ao longo das praias. Apreciar o fim de tarde num deles enquanto se toma um cocktail é um must do em Tulum. Estive no Papaya Playa Project e recomendo. Tem um ambiente relaxante, com música tranquila e sofás coloridos, onde apetece espreguiçar acompanhado de um bom livro. Foi onde dei os primeiros passos no Yoga, com a Penelope, uma americana com quem passei os meus dias na cidade, que já pratica o desporto há bastantes anos e que tentou, infrutiferamente, dar-me umas lições. O resultado foi dores nas costas, risos da assistência, os hóspedes do hotel, e banhos no mar até escurecer.


A melhor forma de conhecer a cidade é a pedalar. As distancias entre o centro e as atrações são sempre superiores a 2km, portanto alugar uma bicicleta é o ideal. Existem vias próprias para ciclistas e os percursos valem a pena. Para quem não está para trabalhos, existem táxis ou coletivos, opção mais económica, utilizada pelas pessoas locais, que consiste em mini-vans que vão apanhado os passageiros pelo caminho.


Se as praias douradas são o que move grande parte dos turistas, as muralhas que envolvem a antiga cidade maia não ficam atrás. Com uma vista estonteante, as ruínas encontram-se sobre um mar azul turquesa, com palmeiras e longas extensões de verdes a preenchê-las. Concluo que os maias, para além dos conhecimentos avançados que tinham para a época, tinham também bom gosto!


Não se pode ir a Tulum e não provar a gastronomia local. Um restaurante com pratos tradicionais, o Kinich, foi uma das minhas melhores experiências com a comida mexicana e definitivamente as melhores empanadas de queijo e espinafres. Descobri novos sabores como o sikilpak, um prato maia que consiste numa mistura de sementes de abóbora torradas e moidas, tomate e coentros picados, que acompanha as tortilhas e que estou ansiosa por experimentar fazer mal chegue a Portugal.


A região conta também com vários cenotes, sendo o Gran Cenote, o maior e mais visitado. É possível fazer mergulho ou snorkeling, sendo o primeiro aconselhado apenas a mergulhadores experientes porque as grutas atingem mais de 40m de profundidade. Mesmo para quem não pratica o desporto, a simbiose entre as grutas e a vegetação, onde o verde predomina, a água cristalina e os pequenos cágados que nadam ao nosso lado são algo a não perder.


Dicas:

Como ir - a partir de Cancun mais uma vez a opção mais confortável, e mais cara também, é apanhar o autocarro de 1°classe da ADO. Existem autocarros de segunda classe, mais económicos mas que fazem paragem em Playa del Carmen e muitas vezes é preciso mudar de autocarro. A outra opção são os coletivos, a forma mais barata de chegar a Tulum com paragem e troca de carro em Playa del Carmen. Todos demoram aproximadamente o mesmo tempo que são cerca de 2h30m.

Onde ficar - Chalupa hostel: tem piscina, ar condicionado, camas grandes e confortáveis e um ambiente agradável. Noite em dormitórios de 4 camas fica por 200pesos. É caro para os preços praticados no México, mas também tem padrões bastante mais elevados que um hostel comum.


O que fazer - alugar uma bicicleta: durante 24h fica por 100pesos.
Visitar os cenotes: os 4 cenotes abertos para visita têm diferentes preços, sendo o gran cenote 100pesos.
Visitar as ruínas maias: a entrada custa 30 pesos.
(A conversão atual é 1€=17,8pesos)




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