segunda-feira, 27 de abril de 2015

Negombo e os portugueses no Ceilão




O cheiro da maresia invade-nos os sentidos, no momento em que abrimos a porta da carrinha. O mercado de peixe de Negombo encontra-se a uns minutos de caminhada. Mas já se antevê à distância o frenesim de pescadores atarefados que carregam o peixe da praia até ao mercado e vendedores estrepitosos, que aliciam  os fregueses a comprar o seu produto.

À medida que nos aproximamos, o ruidoso crocitar dos bandos de corvos que pairam sobre a praia e o odor do peixe a secar tornam-se mais intensos. Avistamos centenas de pessoas na orla da praia. Muitas das quais, em grupos reduzidos que rodeiam pequenas embarcações de madeira colorida, com a atenção direccionada para enormes redes, das quais retiram o peixe e colocam em ceiras de verga. Velhos e novos, homens e mulheres dedicam-se a esta tarefa artesanal, passada por gerações de cingaleses. Tão concentrados no trabalho que fazem que nem dão por mim ou pela minha objetiva aproximar.



A praia é um aglomerado de estendais de peixe exposto ao sol, um banquete para o olhar aguçado dos corvos que se aproveitam dos restos. No meu olhar, no entanto, quem se destaca neste cenário são as mulheres. De longos cabelos negros entrançados e vestes coloridas, ornamentam este quadro, como mais nenhum elemento o faz.



Não entramos de forma despercebida no mercado.  Talvez por sermos os únicos turistas, olhos pequenos e curiosos seguem-nos enquanto lá estamos.
Conto dezenas de bancas com toalhas feitas de peixes e mariscos das mais variadas qualidades. Os fregueses percorrem o mercado a pé, em tuk tuks coloridos ou em cima de velhas bicicletas, regateando os preços, ou licitando em leilões que aqui e acolá juntam dezenas de pessoas.
 A minha mãe, senhora entendida de peixe, põe-se logo em conversas com os vendedores, admitindo (a custo) que não conhecia algumas das espécimes expostas. Se a tivéssemos deixado, entraria rapidamente num leilão!




Enquanto a minha mãe faz amizades mais por gestos que por palavras, rio-me do olhar embasbacado do Tiago. Como nutricionista, já trabalhou em inspeção e qualidade alimentar, e apesar de já ter visto peixe fresco a ser tratado de pior forma, não consegue ficar indiferente às condições sanitárias duvidosas que as elevadas temperaturas tropicais proporcionam. Escusado será dizer que eu prefiro não saber de nada!



Negombo foi a nossa primeira paragem no Sri Lanka. Porquê? Bem, por várias razões: a sua proximidade com o aeroporto internacional torna a cidade um atrativo para quem chega tarde e não quer entrar na confusa capital, Colombo. Pelo facto de o nosso itinerário começar pelo norte do país. Mas, principalmente, pela história da cidade, que tem as influências portuguesas mais enraizadas de todo o Sri Lanka. E pela última razão, não poderíamos deixar de ir.



Dada a sua localização geográfica, no extremo de uma península, Negombo encontra-se numa situação privilegiada para estabelecer trocas comerciais, nomeadamente de canela, bem muito apreciado alguns séculos atrás, fato que despertou o interesse dos colonizadores europeus. Primeiro os portugueses e logo em seguida os holandeses.
Os lusitanos não deixaram em Negombo apenas apelidos. Foram responsáveis também pela religião católica se ter difundido pelo país. E Negombo é a cidade mais católica do Ceilão. Foi aqui que o povo Karawa, antepassados dos pescadores que hoje vemos na praia, que já praticavam a pesca com as mesmas técnicas das atuais, se converteu ao cristianismo.



A passagem dos ocidentais por Negombo deixou marcas visíveis. Se caminharmos nos arredores do mercado e contornarmos a lagoa da cidade, onde pescadores de água doce se dedicam à pesca de marisco, podemos observar as ruínas do forte holandês. Destruído pelos ingleses, para dar lugar a uma prisão que ainda hoje está em funcionamento. Fato que eu desconhecia. Caso contrário, não me teria aventurado pelos portões dentro, ainda a pensar que seria o forte, a fotografar o edifício colonial. Só quando um guarda mal encarado me indicou a saída é que me apercebi que estaria no local errado.



Despedimo-nos da cidade com uma última visita, a igreja de St.Mary, a maior e mais querida dos locais. Despedimo-nos já saudosos, adjetivo que tanto nos caracteriza. Talvez porque os nossos antepassados pisaram as mesmas pedras do que nós. Mas preparados para a próxima aventura no Reino do Ceilão!

Sri Lanka: O nosso itinerário


Em Novembro e Dezembro de 2014 decidimos explorar o Sri Lanka! Este foi o itinerário que desenhamos para o tempo que tínhamos disponível ;)
Adoramos a experiência e aconselhamos praticamente todos os locais que visitamos!

Dia 1: Voos (Porto-Milão)
Dia 2: Voos (Milão-Doha e Doha-Colombo)
Dia 3: Negombo
Dia 4: Anuradhapura e Mihintale
Dia 5: Polonnaruwa
Dia 6: Dambulla
Dia 7: Sigiriya
Dia 8: Kandy
Dia 9: Adam's Peack
Dia 10: Nuwara Eliya e Haputale
Dia 11: Ella
Dia 12: Udawalawe National Park
Dia 13: Yala National Park e Kataragama
Dia 14: Matara
Dia 15: Matara
Dia 16: Matara
Dia 17: Unawatuna
Dia 18: Unawatuna
Dia 19: Unawatuna
Dia 20: Bentota
Dia 21: Bentota
Dia 22: Bentota
Dia 23: Colombo
Dia 24: Colombo
Dia 25: Voos

segunda-feira, 6 de abril de 2015

10 Curiosidades sobre o Luxemburgo


1. É o último Grão Ducado no mundo.



2. Cabe quase 37 vezes em Portugal.



3. É um país com apenas meio milhão de habitantes, inserido entre a França, a Alemanha e a Bélgica.



4. Tem uma economia altamente desenvolvida, com um dos maiores PIB per capita do mundo.


5.  Tem uma história que remonta ao ano de 963. 


6. Fala-se francês, alemão e luxemburguês (sim é uma língua!) 


7. Foi na cidade de Schengen que foi assinado o acordo (com o mesmo nome) que regula a circulação e a entrada e saída de turistas do território europeu.


8. Foi um dos membros fundadores da ONU, NATO e União Europeia


9. A cidade do Luxemburgo foi a primeira a ser indicada duas vezes como capital europeia da cultura.



10. O Dia 23 de Junho, feriado nacional em honra do aniversário do Grão Duque, é o mais celebrado no país.