domingo, 29 de setembro de 2013

Holbox, um pequeno paraíso....


Holbox é um daqueles sítios que nos custa deixar. Mal saímos do ferry, que nos traz da pequena vila de Chinquila até à ilha, sentimos logo que estamos num sítio invulgar.
Em Holbox a vida corre devagar, não há pressa, nem trânsito, como se pode observar ao percorrer as suas ruas de areia, ladeadas por casinhas coloridas onde se vêm senhores de idade a passar o tempo em redes que usam como sofás na sala de estar. O trânsito limita-se a poucas bicicletas e carrinhos de golfe táxi, ou particulares, sendo que existem também lojas que os alugam para quem quer explorar a ilha.


As praias de areia branca parecem ter sido retiradas de um postal, com pelicanos a posar para nós empoleirados em estacas de madeira e o mar sem ondas de um azul límpido convida a entrar na água quente e permanecer lá até ficar com os dedos enrugados. Existem, por todo o lado, búzios enormes, como só tinha visto à venda em lojas, e conchas perfeitas com cores lindas. O Jer, um irlandês com quem explorei a ilha, ofereceu-me um búzio que apanhou a fazer snorkeling e que, apesar de pesar mais de 1kg, não consegui deixar e encontra-se neste momento no fundo da minha mochila.


Mas os pelicanos não são os únicos habitantes da ilha. É possível observar diversas espécies de aves ao longo da costa, nomeadamente bandos  de flamingos. Estes podem ver-se em maior abundância em Punta Mosquitos, uma das extremidades de Holbox, a cerca de uma hora a pé do centro, um percurso lindíssimo feito pela praia, mas que também é acessível de bicicleta ou carro de golf. Na outra extremidade existe a "isla de la pasión", que os locais brincam dizendo que quando duas pessoas nadam até lá, voltam sempre 3. Eu e o Jer estávamos bastante mais preocupados em irmos 2 e só voltar 1, do que 3, porque a região tem crocodilos, aparentemente inofensivos.


Espalhados pela ilha existem pequeninos restaurantes administrados por famílias, onde se podem provar iguarias caseiras, ou simplesmente comprar empanadas deliciosas para comer sentado na soleira de alguma porta. Para quem não é fã de comida mexicana, no centro da pequena vila existem vários restaurante internacionais, que não experimentei, porque ando demasiado ocupada a tentar provar tudo o que a cozinha do país tem para oferecer, mas dos quais ouvi boas opiniões.


A pequena praça principal também é um ótimo sítio para picar umas tortilhas ou uns tacos, ao som de ritmos latinos, num dos inúmeros bares que a enchem, geridos por casais jovens, que muito provavelmente se apaixonaram pela ilha, o que parece acontecer com bastante frequência por aqui.


A vila está cheia de pessoas que não conseguiram deixar Holbox. Como o casal a quem pertence o tribu hostel, provavelmente o melhor hostel onde já estive. Ele é italiano, ela eslovena, mudaram-se para aqui e gerem o hostel como se fosse uma casa de família. O filho, de 15 meses, anda de colo em colo a aprender várias línguas com os hóspedes, alguns dos quais residentes já, como é o caso da recepcionista, uma norueguesa que quando voltou à ilha, foi para ficar, ou o Richard, um australiano que está a viajar há um ano e meio e se encontra em Holbox há mais de um mês. Os donos encorajam este sentimento ao deixar avisos por todo o lado, anunciando quer vagas para o staff, quer para pessoas com algum talento que esteja disposto a partilhar. É possível vê-los a passear com o filho na praia ao final da tarde, altura em que esta ganha mais visitantes, e onde turistas e locais vêm apreciar o pôr do sol, um ritual a que aderi mal cheguei, porque é algo imperdível.


Dicas

Como ir: Existem 3 autocarro diários que nos levam de Cancun a Chinquila. Demoram cerca de 3h30m e custam cerca de 5,5€. O ferry que se apanha em Chinquila sai a quase todas as horas, demora 20m a chegar a Holbox e custa aproximadamente 4,5€.


Sem comentários:

Enviar um comentário