sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Caye Caulker, ao ritmo do reggae



Os sons da Jamaica há muito que se enraizaram na ilha! É possível ouvir a música durante todo o dia e grande parte da noite a sair dos bares, restaurantes, casas, lojas, ou rádios que os locais, réplicas do Bob Marley, transportam para todo o lado. Ao contrário de Ambergris Caye, a maior ilha do Belize, mais procurada por famílias ou casais que buscam conforto e tranquilidade, Caye Caulker é um famoso destino e paragem obrigatória para quem viaja de mochila às costas.


"Go slow" é o lema, e com o qual nos deparamos várias vezes ao longo das ruas, a fazer a vez dos sinais de trânsito. É algo, que como o reggae, vai a pouco e pouco tomando conta de nós, deixando-nos enebriados, como que entorpecidos pelo ritmo da ilha. O trânsito são peões e também aqui foram adoptados os carros de golf como forma de transporte, na minha opinião desnecessáriamente porque é possível chegar de um extremo ao outro da ilha em apenas 20 minutos de caminhada. Em algumas prependiculares da principal "avenida" pode ver-se o mar azul dos dois lados, o que nos dá uma idéia das suas dimensões.


 Os dias passam lentamente e a vontade de fazer o que quer que seja não existe, apenas de permanecer preguiçosamente debaixo de alguma sombra à espera que as horas passem. O "split" é um bom local para o fazer, e, como o nome indica, é onde a ilha se dividiu em duas. Dois furacões, em intervalos de dois anos foram responsáveis pelo fenómeno, interpondo o mar entre as duas partes, permitindo agora a passagem apenas de barco ou a nado. É aqui que os turistas e nativos passam os dias, onde há um deque para, como lagartos, se estenderam ao sol, tendo apoio de um bar/restaurante que passa reggae todo o dia, onde se come um razoável peixe grelhado e onde não se pode perder a happy hour, na qual os cocktails passam para metade do preço.


Os domingos são particularmente interessantes, uma vez que todos os habitantes da ilha se reúnem no mesmo local. As crianças brincam numa piscina natural, uma zona menos profunda junto ao deque, enquanto os adultos se juntam no bar, a desfrutar o clima das Caraíbas.


Se o dia é passado no "slipt", os fins de tarde exigem uma caminhada de cinco minutos à parte oeste da ilha para admirar um dos pôr do sol mais magníficos a que já assisti. Sentado num dos vários deques que servem de suporte aos pequenos barcos de pescadores, observa-se um céu pintado de cores pastel, cores suaves que transitam num espectro de tons ténues. A noite, na zona menos iluminada da ilha, também é um fenómeno imperdível. Devido à falta de luz o céu cobre-se por um manto de pontos luminosos, e é possível distinguir facilmente diversas constelações, como reaprendi com o Alon e o Nico, dois israelitas, oficiais da marinha, e como tal conhecem o céu como a palma da mão, que passaram comigo cinco dias inesquecíveis na ilha e me trataram como a sua pequena irmã mais nova.


Em Caye Caulker conheci outra pessoa que marcou a minha viagem: a Maria, uma fotógrafa espanhola, que me acompanhou nas 3 semanas seguintes, e com quem vivi aventuras incríveis que irei contar mais tarde.


Apesar de estarmos em época baixa, aos fins de semana a ilha ganha vida. As noites enchem-se de pessoas pelas ruas, principalmente locais à porta dos 2 únicos bares, I&I e Oceanside. Como o primeiro fecha à 1h, depois desta hora, toda a gente se desloca para o segundo, e foi aqui que vi pela primeira vez, as danças garifunas, coreografias com movimentos de anca anatomicamente impossíveis e com um teor sexual bastante elevado, que nos deixou aos quatro de queixo caído. Tentei, infrutiferamente, imitá-los, mas rapidamente percebi que não estou geneticamente programada para tais movimentos.


Existem diversas opções para quem quer permanecer ativo, sendo as mais procuradas o snorkeling e o mergulho, uma vez que o Belize possui a segunda maior barreira de corais do mundo, logo depois da Austrália, com cerca de 300km de extensão. Uma das atrações mais procuradas, mas também a mais cara, é o Blue Hole, um buraco azul com cerca de 2km de comprimento e 145m de profundidade, que é possível ver-se do espaço. Optei por uma situação mais económica, um dia de snorkeling, que passa em locais como Hol Chan, Shark-Ray Alley, e Coral gardens onde se pode nadar com tubarões, raias gigantes, tartatugas e manatins.

By Alon Zehngut

A lagosta é o prato típico da ilha e é cozinhada de uma forma deliciosa a um preço que não se encontra na Europa, existindo até, durante Junho, o Festival da mesma, altura em que a ilha se encontra a abarrotar. Os barbecue também são algo que quando se está na ilha se tem que provar, havendo geralmente opções de marisco, frango, vaca e porco, acompanhados de doces sumos naturais.



Dicas:

Como ir - de Belize city, a capital, é possível apanhar um táxi water, por 7,5€, que demora cerca de 30min a chegar à ilha. A partir do México, é necessário ir até Chetumal, cidade fronteiriça, e apanhar um taxi water que custa cerca de 33,75€, mais 7,5€ de taxas portuárias, e demora 2h30, com paragem de 30min em San Pedro, em Ambergris Caye.

Onde ficar - não existem resorts em Caye Caulker, apenas hotéis, pensões, hostels ou guest houses bastante simples e a preços económicos. Yumas house é um hostel maravilhoso por 27B(dólares do Belize) por noite em dormitórios de 4pessoas; o tropical paradise é um hotel relativamente confortável com quartos privados a partir de 45B por noite.

O que fazer - snorkeling tours custam cerca de 120B, com a exceção do Blue Hole, em que estas passam para o dobro do preço.

Restaurantes e bares - dois bons locais para apreciar a lagosta são o tropical paradise, ou o Rosie`s, variando os preços entre 10 e 15€. O La Cubana serve um bom barbecue de vaca, porco e frango por um preço bastante acessível, cerca de 4,5 € e bons pequenos almoços. O I&I e o oceanside são os únicos bares na ilha, onde aconselho a provar as bebidas locais, como pantle ripa ou piña colada, opções muito mais económicas do que os cocktails a que estamos acostumados.
(1€=2,74B)

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